quinta-feira, abril 28, 2005

Entrevista do presidente da CPD/ JSD Alto Minho, Artur Guilherme Emílio, ao semanario Alto Minho

A Comissão Política Distrital da Juventude Social Democrata do Alto Minho, após uma profunda reestruturação, prepara uma nova etapa para o partido, a aproximação dos jovens da sociedade civil às actividades da JSD. O presidente da JSD-Alto Minho, Guilherme Emílio, espera concretizar neste terceiro mandato algumas metas "ambiciosas" e mostra-se confiante, pois, à semelhança do que aconteceu em mandatos anteriores, "todos os objectivos delineados foram cumpridos".
Uma das primeiras alterações mexeu com o nome, que passou de JSD de Viana do Castelo para JSD do Alto Minho. "Mudámos porque era o anseio dos militantes de base há já alguns anos, era um assunto discutido em todas as concelhias da JSD. Foi uma atitude de coragem, mas o novo nome cria uma imagem mais abrangente da JSD. Cada militante seja de Ponte de Lima, Monção, Caminha, Melgaço, Ponte da Barca, por exemplo, sente-se parte integrante da JSD do Alto Minho. Mas não foi só o nome, vamos também alterar o logotipo, criando uma imagem mais moderna e dinâmica", apontou.
O facto de não terem apoiado Jorge Nuno Sá para continuar como presidente nacional da JSD "foi uma decisão difícil de tomar, mas não partiu única e exclusivamente da comissão política distrital". "Nós reunimos com os presidentes de secção da JSD e apresentámos os candidatos e seus projectos.
Por unanimidade, chegámos à conclusão que não se deveria apoiar a candidatura de Jorge Nuno Sá. Isto por motivos muitos simples: nos últimos dois anos e meio tivemos uma JSD, em termos nacionais, muito apagada e que não conseguiu chegar aos jovens e reflectiu-se nos resultados das últimas legislativas. Não é pelo simples facto de termos um líder que é do distrito que temos de o apoiar, aliás enquanto dirigente nacional não trouxe nenhuma mais valia para o distrito de Viana do Castelo", sublinhou.
A concelhia de Ponte de Lima não partilha de algumas das posições da comissão distrital, no entanto, Guilherme Emílio encara esta situação com naturalidade. "A relação com a JSD de Ponte de Lima tem sido a mais saudável possível, mas algumas vezes isso não acontece. No entanto, é legítimo e esse é, também, o espírito democrático que une a JSD. Por parte da Comissão Política Distrital da JSD tudo faremos para que a convivência entre as estruturas seja feita com tranquilidade, para o melhor dos jovens do Distrito, neste caso para o concelho de Ponte de Lima. Acredito que sejam apenas questões políticas e não pessoais, por isso, reconheço legitimidade à estrutura de Ponte de Lima para discordar e concordar quando entender que o deve fazer", esclareceu.
Para este mandato os objectivos já estão traçados e parte dos projectos já estão a avançar. "Infelizmente falta muita coisa ao distrito em termos de camadas mais jovens. Temos de encontrar formas para os jovens ficarem nos seus concelhos e distritos, criando postos de trabalho, que não há, e não podemos ter a ilusão que o distrito cresce quando os jovens fogem do nosso distrito. No futuro, os jovens têm de ser a mais valia e a grande força de dinamismo do próprio distrito", vincou, afirmando:
"É o terceiro mandato desta comissão política e muito já foi feito em termos logísticos e de reestruturação interna, neste mandato queremos que os jovens se revejam e sintam a JSD de outra forma. Pela primeira vez na história da JSD criámos um gabinete autárquico que tem feito um trabalho extraordinário e vai apresentar um projecto próprio nas próximas eleições autárquicas.
Queremos que o partido perceba que temos muitos dirigentes com qualidade e militantes prontos para ajudar, que deveriam ser incluídos nos executivos municipais ou juntas de freguesia, para que os jovens se revejam nas políticas que hoje são praticadas. Vamos criar, também, um gabinete de formação política, é importante termos quadros de valor no distrito, já temos muitos mas queremos ter muito mais, para que esta imagem que existe em torno dos políticos seja completamente dissipada, se pudermos faze-lo em termos nacionais tanto melhor, mas vamos faze-lo certamente em termos distritais e concelhios."
O líder da juventude laranja quer "aproximar a estrutura da sociedade civil, tendo a certeza que estamos a fazer aquilo que a JSD existe para fazer, assumo também algumas culpas porque no passado isto não foi feito, mas se continuámos aqui é porque traçámos caminhos e metas que têm sido uma mais valia para os jovens". "Primeiro, estruturámos internamente a JSD, em que quase todos os concelhos têm secções eleitas ou criámos condições para que fossem eleitas. E, neste momento, seguimos um caminho político que nos leva ao encontro da sociedade civil, prova disso é um jornal que vamos lançar e será destinado a todos os jovens do distrito, para os actualizar dos projectos e iniciativas da JSD. Temos assumido metas ambiciosas que, no entanto, temos vindo a cumprir com muita dedicação, pois a JSD para nós é mais do que um mero trabalho, é uma paixão e uma vontade que não conseguimos afastar, independentemente dos problemas que surjam, é esse dinamismo que queremos passar para os jovens", adiantou.
A JSD também vai divulgar os candidatos que, na sua opinião, estarão melhor colocados para vencer nas autárquicas, mas ainda não adianta qualquer nome, apesar de alguns rumores como, por exemplo, o que dá como certo a candidatura de António Martins, ex-governador civil, à Câmara de Viana do Castelo. "Cada estrutura deve decidir em consciência, podemos apenas adiantar um perfil, mas não compete à JSD distrital adiantar qualquer nome.
A secção política tem obrigação de escolher o melhor nome e tenho a certeza que o fará, mas tem de ser uma pessoa reconhecida no distrito e no concelho para as pessoas quando forem votar se identifiquem com essa pessoa. Entendo que pode ser um candidato de fora do concelho, desde que tenha provas dadas neste, porque a gestão de Defensor Moura não tem sido uma mais valia para o concelho. A JSD também tem uma palavra a dizer e a seu tempo vai dá-la, indicando os melhores para cada concelho e, também, para cada freguesia", realçou.
In Jornal Alto Minho