quinta-feira, junho 28, 2007

Gigantones e bombos para assinalar a vergonha de Viana

Gigantones e mais de uma centena de bombos desfilaram, ontem, na Ponte Eiffel, em Viana do Castelo. Provenientes de Darque e em direcção à cidade, os ritmos e as batidas dos Zé's Pereiras poderiam levar a pensar que se viviam momentos de romaria no Alto Minho, mas o motivo do excurso é outro o protesto da comissão de utentes daquela ponte, que se afirmam como verdadeiros "bombos da festa".
.
"Enquanto utentes desta ponte, temos sido os bombos da festa. São 20 mil pessoas que estão isoladas na margem sul", acusou o porta voz do movimento, Arménio Belo, no dia em que se assinalou o 129,º aniversário da travessia metálica sobre o rio Lima.
.
Segundo dados fornecidos por Arménio Belo, desde Fevereiro de 2006, 12500 viaturas estão forçadas a circular pela A28, percorrendo 11 quilómetros a mais, na ligação entre as duas margens.
.
Tendo em conta que a ponte está interdita ao trânsito há 515 dias, os utentes já percorreram, a mais, "cerca de 71 milhões de quilómetros", o que implica o "custo total de cerca de cinco milhões de euros, valor igual ao da empreitada de lançamento da obra do tabuleiro da ponte Eiffel". E também "mais de um milhão de horas perdidas" pelos utentes nas deslocações efectuadas.Por isso, a Comissão de Utentes exige que "a data anunciada, o fim de Outubro, para a conclusão das obras seja cumprida, pois não é aceitável mais atrasos".
.
Arménio Belo disse que "a comissão acredita nos técnicos das obras e aguarda que se possa cumprir o prazo, pois não foram os políticos a fazer promessas nem a definir prazos".A ponte foi encerrada a 1 de Fevereiro de 2006 e, segundo o prazo inicialmente fixado, deveria reabrir a 1 de Agosto daquele ano. Mas padece de um atraso de 15 meses.
.
Em recente informação da REFER ao presidente da Câmara de Viana do Castelo, a empresa reafirmou a previsão de conclusão das obras até 31 de Outubro, tendo iniciado também o processo para a recuperação dos pilares da ponte.