terça-feira, janeiro 18, 2005

José Eduardo Martins na apresentação da sua lista

Na apresentação da lista do PSD às legislativas, em Viana do Castelo, ante perguntas de jornalistas sobre um tema à margem da luta eleitoral, mas que se pode transformar em ponto de controvérsia de campanha, José Eduardo Martins afirmou que a demolição do prédio Coutinho “é um tema de fachada” e que “está longe de ser a prioridade” da sua campanha eleitoral que “não é verdadeiramente importante e interessante para o distrito e que está longe de ser uma prioridade para o PSD”, disse durante a conferência de imprensa. No entanto, e perante a insistência dos jornalistas, José Eduardo Martins disse que a decisão sobre a declaração de utilidade pública da demolição só será tomada depois de se avaliar “com rigor” se, no Programa Polis de Viana do Castelo, há ou não receitas para suportar os custos da operação. “Quando deixarmos de ser governo de gestão e voltarmos a ser Governo, depois do dia 20 de Fevereiro, a primeira coisa que vamos fazer é essa avaliação rigorosa”, sublinhou, referindo que a União Europeia “proibiu expressamente, por escrito”, a utilização de verbas comunitárias para a expropriação e demolição do prédio Coutinho. O prédio Coutinho é um edifício de 13 andares situado no Centro Histórico de Viana do Castelo e que a Câmara, ao abrigo do Programa Polis, quer demolir, por considerar o maior aborto urbanístico da cidade, tendo já avaliado os custos de toda a operação em cerca de 15 milhões de euros.
José Eduardo Martins já confessou publicamente que tem “algumas inquietações”
com este processo, que se prendem com a circunstância de o PS ter deixado o Polis
“com um buraco de 146 milhões de euros”. Por isso, e porque o Estado detém 60 por cento da VianaPolis, antes de tomar uma decisão, quer conferir se há possibilidades de avançar com o processo de expropriação e demolição do prédio “sem encargos adicionais desnecessários e imprevistos para o erário público”. O presidente da Câmara de Viana do Castelo já afirmou que toda a operação do prédio Coutinho é auto-financiada pelas mais-valias geradas pelo Programa Polis, resultantes da concessão de parques de estacionamento e da venda de apartamentos. José Eduardo Martins considera que é preciso ver se é mesmo assim, para que não se repita à escala de Viana do Castelo “o que o PS fez a nível nacional”, nos seus seis anos de Governo, “gastando sem saber de onde vem o dinheiro e depois quem vier atrás que feche a porta”. No entanto, o cabeça-de-lista do PSD disse que o “Coutinho” é apenas “um tema de fachada, que não é verdadeiramente importante e interessante para o distrito” e que “está longe de ser” a sua prioridade eleitoral. A propósito, lembrou que Viana do Castelo é uma capital de distrito que entrou na viragem do século XX com situações de saneamento básico “verdadeiramente terceiro-mundistas e preocupantes do ponto de vista da saúde pública”. Salientou ainda que outra das prioridades do PSD na próxima legislatura será melhorar a situação da Saúde do Vale do Minho, para que as populações mais afastadas do hospital de Viana do Castelo, como as de Melgaço, por exemplo, que ficam a mais de uma hora, tenham um ponto intermédio de atendimento. Segundo José Eduardo Martins, esta terá sido, aliás, a única promessa eleitoral do PSD para o distrito das eleições de 2002 que ficou por cumprir. “De resto, cumprimos tudo o que nos propusemos fazer em Viana”, referiu, sublinhando o facto de a lista que encabeça ser “a única a nível do País” constituída apenas por pessoas oriundas da própria região.
Além de José Eduardo Martins, a lista integra ainda Luís Campos Ferreira e Carlos Antunes no segundo e terceiro lugares, sendo os restantes lugares elegíveis preenchidos por Rui Alves, Guilherme Emílio e Maria Augusta Gabriel.
Nas últimas Legislativas, o PSD ganhou as eleições no distrito de Viana do Castelo, com 63.385 votos e três deputados. Fonte: Lusa

In Povo Livre nº 1395 - 12 de Janeiro de 2005